Geral Possibilidade de troca de gestão no HRA preocupa os cursos de medicina e fisioterapia da UFSC Araranguá

Possibilidade de troca de gestão no HRA preocupa os cursos de medicina e fisioterapia da UFSC Araranguá

20/02/2025 - 10h56

Alunos dos cursos de Fisioterapia e Medicina na Universidade Federal de Araranguá (UFSC), podem ter a formação prejudicada, caso uma nova Organização Social (OS), venha a assumir o Hospital Regional de Araranguá. O alerta foi feito durante entrevista concedida pela professora Mirieli Denardo Limana, coordenadora do curso de Fisioterapia e pelo professor Alexandre Márcio Marcolino, subcoordenador do curso, e a vice-diretora do campus da UFSC em Araranguá, professora Josete Mazon, no programa Estúdio 95.

A principal preocupação está na relação entre o curso e o Hospital Regional de Araranguá, onde ocorrem atividades obrigatórias e atividades práticas essenciais para a formação dos estudantes. “O impacto será extremamente prejudicial para os nossos cursos, pois grande parte das atividades acontece dentro do hospital, tanto no internato da Medicina quanto nos planos da Fisioterapia”, destacou Josete Mazon.

Atendimentos e formação acadêmica em risco

O professor Alexandre Márcio reforçou a gravidade da situação: “Todos os nossos alunos passam pelo Hospital Regional. A Organização Social (OS) que administra o hospital tem uma relação direta com nossas atividades, e estamos bastante preocupados com isso. O número de atendimentos realizados no hospital é muito elevado”.

A professora Mirieli Denardo Limana explicou que os atendimentos prestados aos estudantes beneficiam diretamente a comunidade e são fundamentais para a formação acadêmica. “Atualmente, realizamos cerca de 1.500 atendimentos mensais em Araranguá e Balneário Arroio do Silva. Nossa instituição é pública, e os alunos precisam desse contato para aprimorar a prática profissional. Sem o hospital, não teremos como oferecer atualizações, o que pode levar à redução da qualidade do curso e, consequentemente, ao seu fechamento”.

Ela também destacou que a nota do curso pode ser comprometida. “O MEC avalia a qualidade dos cursos, e nossa nota hoje é 5, o que representa excelência. Se perdermos o espaço no hospital, essa nota pode cair, colocando o curso em risco”.

Luta pela transformação do hospital em unidade de ensino

A vice-diretora Josete Mazon revelou que a UFSC já está em diálogo com o governo do Estado para buscar uma solução. “Nosso reitor está ciente da situação e já está tratando do assunto com o governo estadual. No caso da Medicina, se perdermos o espaço no hospital, não conseguiremos formar nossos alunos, pois o internato hospitalar é obrigatório”.

Ela lembrou ainda que a luta por um Hospital de Ensino em Araranguá já ocorre desde 2023. “Solicitamos ao governo federal a abertura de um edital para que o Hospital Regional possa se tornar um Hospital de Ensino, garantindo o espaço para nossos estudantes e dispondo de repasses federais para aporte da educação dentro da unidade”.