“Peço a Deus que ele seja encontrado com vida”, desabafa mãe de Jefferson, araranguaense desaparecido há mais de dois meses, no RJ
O desaparecimento do ator Jefferson Machado, de 44 anos, no Rio de janeiro, completou 70 dias nessa quinta-feira, 06. Segundo a mãe de Jeferson, Maria das Dores, a última vez que seus familiares conversaram com ele por ligação, foi no dia 23 de janeiro, poucos dias após seu aniversário.
“A partir do dia 24 de janeiro conversando com Jeff por mensagem, ele me falou que não iria mais trabalhar na Globo, que iria até São Paulo porque uma empresa de marketing havia chamado ele para trabalhar. Ele falou que ficaria em São Paulo durante 10 dias e deixaria os cachorros com um casal de amigos, porém ele sempre deixava os cachorros em uma clínica no bairro Recreio, no Rio de janeiro. Eu estava achando tudo muito estranho, pedi para que ele me ligasse e ele sempre dizia que não podia, que estava com muito trabalho. Não eram atitudes comuns do meu filho”, afirmou Maria.
Segundo Maria, Jefferson tinha o costume de mandar muitas fotos para ela e compartilhar sua rotina. “Ele mandou mensagem falando que estava indo para São Paulo, mas não me mandou fotos. Falou que o celular havia caído no vaso sanitário e estragou as funções do aparelho. Escrevia muitas palavras diferentes. A forma de digitar não era a mesma de Jeferson, então eu vi que não era ele falando conosco pelas mensagens. Tentamos ligar diversas vezes e ele não nos atendia. Quando os cachorros do Jeff foram encontrados abandonados, próximos a uma mata no Rio de janeiro e um deles havia sido atropelado e morto, esse atropelamento acusou em uma central de controle dos cães de raça Setter Inglês em Brasília, foi onde tivemos a certeza que algo havia acontecido com ele. O Jeff era completamente apaixonado pelos seus oito cães e jamais abandonaria os animais”.
“Fizemos boletim de ocorrência aqui em Santa Catarina. Eu e meu filho mais novo fomos até o Rio de Janeiro resolver essas questões com a delegacia de lá. Quem se passava pelo Jeferson parou de nos responder desde o dia 03 de fevereiro. Todos os bens do Jeff estavam com um suposto amigo, chave do carro, chave da casa, cartão de crédito… Ele inclusive encheu o tanque, lavou o carro nesta mesma semana. Chegando no RJ, verificamos a questão dos cachorros, descobrimos que dois estavam mortos. Resgatamos os outros e um deles permanece desaparecido. Depois do dia 12 de fevereiro, Jeff ainda não tinha aparecido e colocamos os cachorros para adoção e eles já foram adotados”, explica a mãe de Jeferson.
“Quando chegamos no Rio de janeiro ficamos com uma advogada do Estado, que leu todas as mensagens e no outro dia cedo, recebi uma ligação da delegacia, falando para não atender as ligações desse suposto amigo do Jeferson porque ele era o principal suspeito do desaparecimento. Quando meu filho mais novo entrou no apartamento do Jeff, percebeu que ele foi tirado a força do local, porque estava tudo bagunçado. Ele não havia levado os remédios, não levou roupa e seus bens haviam ficado no apartamento”.
Maria contratou um advogado do Estado do Rio de Janeiro para que pudesse cuidar de perto da situação do desaparecimento. “A polícia conseguiu um mandado para investigar os celulares dos suspeitos, para achar alguma possível pista de onde Jeferson possa estar. Conseguimos trazer o carro conosco, foi feito a perícia e acharam vestígios de sangue”.
“Jeff não tinha indícios de depressão e nenhum problema psicológico. Ele sempre foi muito organizado e muito trabalhador. Eu peço que Deus dê força para ele, para que ele seja encontrado e resgatado com vida. Eu acredito que meu filho vai voltar, vamos fazer um tratamento para ele ficar bem e resolver todas essas questões no Rio de Janeiro. Eu amo meu filho”, finaliza Maria.
Jeferson mudou-se para o Rio de Janeiro há 15 anos, se formou em jornalismo, fez parte da primeira turma a se formar em Cinema e Produção, na Fundação Getúlio Vargas, fez cursos, atuou na novela Reis da Record TV e fez diversos trabalhos como assessoria em Florianópolis e apresentou programas de televisão no Rio de janeiro.









