Geral Aumento de doenças respiratórias preocupa especialistas: Dr. Renato Matos alerta para gravidade da Influenza e reforça importância da vacinação

Aumento de doenças respiratórias preocupa especialistas: Dr. Renato Matos alerta para gravidade da Influenza e reforça importância da vacinação

02/05/2025 - 18h26

Em entrevista ao programa O Dia em Notícia, da Rádio Araranguá, apresentado por Diego Macan, o pneumologista Dr. Renato Matos fez um alerta importante sobre o aumento expressivo dos casos de doenças respiratórias, especialmente a gripe causada pelo vírus Influenza. A situação é tão crítica que a capital catarinense, Florianópolis, decretou estado de emergência pública devido ao avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Segundo o especialista, a elevação dos casos já era esperada para esta época do ano, mas o número de ocorrências e a gravidade dos sintomas têm chamado atenção. “Temos visto um aumento significativo nos casos de doenças respiratórias, basicamente de Influenza. Como das outras vezes, nessa época do ano, é mais recorrente. Entretanto, percebemos um aumento nesse ano. Os vírus vão mudando e o vírus da Influenza veio mudando e evoluindo”, explicou o pneumologista.

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Agressividade do vírus preocupa

Apesar de ser um vírus conhecido, o Influenza tem se mostrado mais agressivo em 2025, conforme explica o Dr. Renato Matos. Casos de pneumonias graves vêm sendo registrados com mais frequência, o que acende o alerta para medidas preventivas, especialmente a vacinação. “É um vírus comum, o que chama atenção é a agressividade dele. Temos atendido pacientes bastante complicados, com pneumonias graves. As pessoas precisam de atenção. A coisa mais importante hoje é a vacinação”, enfatizou o médico.

Diferença entre gripe e resfriado

Muitas pessoas ainda confundem gripe com resfriado, mas o especialista esclarece que há diferenças significativas, principalmente na intensidade dos sintomas e na evolução do quadro clínico. “A grande diferença entre resfriado e gripe é o agravamento do quadro, que no caso da Influenza, é muito mais forte, envolvendo agressividade nos sintomas de resfriados e febre, perdurando por mais tempo. Além dos sintomas, se persistir a falta de ar, é necessário buscar ajuda médica”, alertou o Dr. Renato.

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Cuidados essenciais e importância da imunidade

O médico reforçou a necessidade de adotar cuidados básicos que ajudam a evitar o contágio e agravamento da doença, como a vacinação, alimentação saudável, prática de exercícios físicos e proteção contra o frio. Mas, segundo ele, o mais eficaz continua sendo a vacina contra a gripe. “Além da vacinação, as pessoas são orientadas a se alimentar bem, fazer exercícios, aumentar a imunidade, tomar precauções ao frio. Entretanto, o mais recomendado é a vacinação contra a gripe”, destacou.

Grupos de risco e medidas preventivas

Os quadros mais graves afetam principalmente os idosos e pessoas com comorbidades, como doenças respiratórias crônicas, cardíacas ou metabólicas. Nesses casos, o atendimento médico precoce é fundamental. “Os quadros mais complicados atacam pessoas mais velhas e com comorbidades. Essas precisam procurar atendimento médico logo no início dos sintomas. O que se espera é que, com o aumento do frio, o quadro se complique ainda mais. Por isso, orientamos as pessoas a utilizarem máscara, álcool em gel e lavar bem as mãos”, recomendou o especialista.

Uso racional de medicamentos: compromisso com a saúde

Uso inadequado de medicamentos pode agravar a situação

Um ponto importante abordado pelo pneumologista diz respeito ao uso inadequado de medicamentos em casos gripais. Ele reforça que a automedicação com antibióticos e corticoide é contraindicada.

“Se trata de um vírus, ou seja, totalmente desnecessário tomar antibiótico, que não mata vírus. Pelo contrário, se é uma pneumonia, corre o risco de fortalecer o vírus. Outra coisa que é totalmente contraindicada é o uso de corticoide. Uma pessoa que não tem asma tem contraindicação total. Nessa fase gripal que estamos iniciando o quadro, precisamos do nosso sistema imunológico a pleno, para combater o vírus. Quando usamos o corticoide, ele reduz o processo que combate essa infecção. As pessoas não podem usar os medicamentos de forma rotineira, é preciso ter cuidado”, finalizou.

Diante do cenário atual, a recomendação é clara: manter a vacinação em dia, evitar a automedicação, adotar medidas de higiene e buscar ajuda médica diante de sintomas graves. Com a chegada do frio, o cuidado deve ser redobrado, especialmente entre os grupos mais vulneráveis.