Esportes Bicampeão Brasileiro, Cláudio Duarte relembra momentos históricos de sua carreira no futebol

Bicampeão Brasileiro, Cláudio Duarte relembra momentos históricos de sua carreira no futebol

10/10/2023 - 16h52

Bicampeão nacional em 1975 e 1976 como lateral-direito colorado, terceiro treinador que mais vezes comandou o Internacional e supervisor técnico, no título invicto do Brasileirão de 1979. Estes são alguns dos feitos de Cláudio Duarte, histórico ex-jogador, treinador e dirigente do clube do povo. Ele relembrou estas e outras coisas sobre sua relação com o Inter em entrevista à Rádio Araranguá, no programa As Esportivas, apresentado por Jairo Silva e Dejair Inácio.

Claudio conta como iniciou sua carreira no futebol. “Eu não tinha nenhum sonho ou meta em ser jogador. No time que eu jogava, tinha uma meia dúzia que jogava muito mais que eu. Porém eu me destacava por ser um atleta de imposição. Eu era alto e fisicamente muito forte. Além disso, falava pelos cotovelos, gritava e comandava. Em todas as frentes eu tomava a bronca. Em um certo dia, o pai do delegado da nossa localidade tinha ido a Porto Alegre para visitar o filho, e acabou me assistindo jogar. Acabando o jogo esse senhor me chamou e disse que queria me levar para o Internacional para fazer testes, o que deu certo e eu permaneci no clube”.

Como atleta, o lateral presenciou fazendo parte do seleto grupo que ultrapassou as marcas de vitórias do rival Grêmio, no clássico Grenal. “O clube conseguiu na década de 70, ultrapassar a equipe do Grêmio em números de vitórias. Tive o privilégio de fazer parte desse time. Como jogador a camisa do Inter foi a única que vesti. Quando subi para o profissional, pelo meu tamanho, os atletas passaram a me chamar de Claudão. Foram momentos marcantes, na época, concentravam-se no mesmo quarto, eu, o Claudinho e o Bibiano Pontes”.

Cláudio explica o porquê da equipe ter alcançado tantas vitórias durante sua trajetória. “Nosso time era muito bom, porque cobrávamos uns aos outros. A regra era muito clara, tínhamos um grupo de lideranças. Existia opinião e comando, a gente se reunia e dizia, ‘Chegou aqui, ou vai trabalhar desse jeito e cumprir as regras que temos, ou a gente mesmo te manda embora’. Frases como essa, chegou a ser dita a alguns atletas. Do portão para fora, cada um fazia o que quer”.

O bicampeão relata o motivo pelo qual encerrou a carreira precocemente. “Como atleta eu consegui jogar até os 26 anos, devido uma lesão grave que tive. Na época não tínhamos tratamento, por isso minha carreira foi encerrada em dezembro de 1977. Como eu ainda tinha contrato com o clube, continuei no Beira Rio e no mês de março de 1978, foi feito o pedido para que eu ficasse inteiramente como treinador do grupo de atletas que eu jogava junto”, explicou Cláudio.

O lateral explica as mudanças que aconteceu no futebol. “O futebol não tem mais posição. Antigamente nós tínhamos a posição do atleta, ou ele era zagueiro, volante, lateral e por aí vai. Hoje em dia, com a evolução do futebol, no seu conteúdo de campo, o esporte deixou de ter posição e passou a ter função. Os atletas precisam ter função. Para um jogador ser útil, no mínimo, ele precisa saber desempenhar três funções. Não acho que o futebol está moderno, para mim, ele sempre foi o que é. O jogo é o mesmo. Em uma partida, 50 porcento é resultado do treino das duas equipes e o outro 50, é fruto do jogo, pode acontecer qualquer coisa”.

Claúdio dirigiu várias equipes do exterior e do Sul do País, principalmente o Internacional e o Grêmio. A última equipe que treinou foi o Brasil de Pelotas, em 2009. Trabalhando também como dirigente de futebol.