Política Família, respeito e trabalho: os valores que André recebeu de sua mãe e carrega até hoje com muito orgulho

Família, respeito e trabalho: os valores que André recebeu de sua mãe e carrega até hoje com muito orgulho

26/03/2025 - 13h08

No programa 95.5 Entrevista desta terça-feira, dia 25, o convidado foi André Fernandes Coelho. Formado em Direito, ele tem uma bela história, marcada pela dedicação e superação dos obstáculos impostos pela vida.

Sua faculdade ele fez na UNISUL, de Araranguá. Uma vitória alcançada após conseguir bolsa integral via Prouni.

“Meu sonho era fazer Agronomia. Mas se não fosse minha esposa eu não teria feito nada. Ela que sempre me incentivou. Ela que falava que meus dois irmãos já estavam fazendo faculdade e eu ainda não. Que eu era inteligente e tinha que fazer também. Aí eu estudei, fiz o Prouni e tirei uma nota boa. Quando eu fui no curso de Agronomia, na Santa Rosa, fiquei sabendo que era integral e aí não tinha como. Eu precisava trabalhar, eu já tinha uma filha. Daí minha esposa disse para eu fazer Direito. Eu me inscrevi e deu certo. Ganhei 100% da bolsa. Minha mãe não teria condições de pagar uma faculdade para mim. Por isso, sou tão defensor do programa do governo do Estado, o Universidade Gratuita”.

André também tem pós-graduação em Gestão Pública Municipal pelo IFSC, é pós-graduado em Desenvolvimento Regional pela UNISUL e atualmente está cursando MBA em Ciência Política. Mas, para chegar até os corredores de uma faculdade, precisou batalhar muito e sempre teve a mãe como o maior exemplo de dignidade e determinação.

“Comecei a trabalhar muito cedo, na área da confecção que é um polo em Sombrio. A grande maioria dos primeiros empregos lá ou é no ramo da confecção ou no Giassi. Minha mãe tinha um sonho que e trabalhasse no Giassi e eu entreguei panfletos lá, com 15, 16 anos. A gente vem de uma criação bem humilde, minha mãe a vida toda como sacoleira, vendedoura de roupas, teve uma loja pequena, depois trabalhou em algumas lojas no centro da cidade. Sempre muito guerreira e uma mulher que nos deu forte alicerce de que batalhando a gente consegue conquistar nossos espaços na vida. Se dúvida nenhuma, minha mãe foi a pessoa que me deu os valores que eu carrego até hoje, de trabalho, de humildade e de respeito ao espaço das pessoas”.

Das vitórias que teve na vida, André lembra e dá valor a todas, inclusive a compra que fez com o primeiro salário.

“Primeiro emprego de carteira assinada na Gato Mia. Passei alguns anos nesse ramo de confecção. Trabalhava em uma máquina de bordar que fazia um barulho estrondoso”, relembra André bem-humorado e segue. “Fiz turno noturno, fiz turno de tarde, fiz turno das 5 da tarde às 3 horas da manhã, trabalhava no sábado e no domingo. O bordado quando eu iniciei era muito forte. A gente fazia escala aos finais de semana para ganhar um dinheirinho. Eu me lembro que, com o meu primeiro salário eu comprei uma bermuda. Tinha uma loja lá em uma esquina de Sombrio e eu peguei o dinheiro, tinha 18 anos, cheguei em casa e perguntei para mãe o que eu poderia fazer com o dinheiro. Ela disse: ‘vai lá e compra umas roupinhas pra ti’. Lembro certinho da bermuda. Depois comprei um guarda-roupas e fui ajudando a mãe também. Isso me fez crescer muito e ver que, com o trabalho a gente conquista”.

Outra pessoa especial na vida de André é seu sogro, já falecido. “Em determinado momento eu trabalhei em uma marcenaria. Meu sogro tinha uma marcenaria e tocava nos fundos da casa dele, ele e mais dois. Nesse período eu já estava na faculdade então eu precisava estudar para as provas. Pelo fato de ter ganho a bolsa eu sempre dei muito valor. Passei um período na marcenaria e na metade da faculdade de direito já precisava fazer os estágios. Me inscrevi no CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) e fui trabalhar no IGP (Instituto Geral de Perícia), para fazer carteira de identidade. Fiquei um ano e pouco. Ali eu comecei a ter contato com o público. Eu era muito tímido. Para conversar era um trabalho. Comecei a entender as pessoas. Sabe que quem trabalha com atendimento acaba sendo um pouco psicólogo. Depois trabalhei por mais um tempo na junta comercial também fazendo estágio e, na sequência, fui para o Fórum”.

O terno emprestado

Nosso convidado conta uma história engraçada que também marcou sua vida. “Fiquei um ano e meio no Fórum fazendo estágio na primeira vara, com o João Colodeu que era chefe de cartório e um amigão que me ensinou bastante na vida. Me lembro até hoje. No meu primeiro dia de serviço no Fórum eu não tinha terno. Peguei um terno do meu sogro, emprestado. Só que meu sogro era maior que eu e ficou sobrando metade do terno. Aí cheguei lá para trabalhar e o João olhou para mim e disse: ‘Este terno não é teu (risos)’. Respondi que meu sogro tinha me emprestado e ele disse que não precisava vir de terno. Fiquei um tempo por lá, mas nesse interim, ainda tive casa noturna, fui Dj, ou seja, fiz bastante coisa”.

Convivência e valor à família

“Por parte da minha mãe são três meninos e a minha irmã é de um outro casamento do meu pai que mora em Guaíba. O meu irmão mais velho é engenheiro civil, efetivo lá na prefeitura de Balneário Gaivota e meu outro irmão é formado em letras: professor de português e trabalha na prefeitura de Sombrio. Da minha criação, tanto do lado da minha mãe, quanto do lado do meu pai, nos três somos os únicos a ter ensino superior. No lado da família do meu pai todos são caminhoneiros, tudo da Santa Rosa, ali do Quebra Dedo. Minha outra irmã mora em Pelotas e estuda marketing lá. É a mais novinha, com 20 anos, e está na faculdade ainda e damos bastante conselhos. É uma família que orgulha muito, em especial minha mãe. Ela sempre falava: ‘quero formar meus três filhos’. Conseguimos dar essa alegria a ela”.

Atualmente André também atua como assessor especial da Casa Civil do governo do Estado e coordena o PL da Amesc há 4 anos, a convite do então senador Jorginho Mello, hoje governador. Ele está há 10 anos filiado ao PL.

Confira mais sobre a história de André Fernandes Coelho em entrevista completa: