“O tempo e a história vão mostrar que eu não fui um traidor deste grupo”, afirma Jair Anastácio sobre acordo na Câmara
Ao avaliar a passagem na presidência da Câmara de Vereadores de Araranguá, em entrevista a Saulo Machado na Rádio Araranguá, o vereador Jair Anastácio voltou a comentar sobre a questão política na Casa. O acordo envolvendo a presidência para dividir os quatro anos de mandato entre quatro parlamentares, foi questionado pelo vereador, que considerou um erro fazê-lo. Na entrevista, ele ainda falou sobre a devolução de recursos que serão feitos da Câmara para a Prefeitura. O valor deverá ser maior de R$ 1,85 milhão, que foi anunciado.
Segundo Anastácio, a construção de um acordo com quatro anos de duração foi um erro que também é questionado por outros membros do grupo. “Considero um erro. E a gente está sujeito. Já ouvi de outros colegas do grupo que se fosse para fazer hoje também não fariam mais”, disse. O vereador ainda reconheceu o acordo, embora tenha afirmado que não assinou nenhum documento. “Havia um compromisso, que eu sempre questionei no grupo. Eu sabia que acordo para quatro anos não é algo fácil de se manter”, afirmou.
O vereador ainda falou sobre o fato de ser chamado de traidor, por ter saído do grupo formado por 8 vereadores. “Ser chamado de traidor, não é algo que agrada. Eu dou o direito aos meus colegas de me chamarem de traidor, por que cada um tem o direito de falar aquilo que pensa. Eu não me sinto um traidor, primeiro por que eu tinha as minhas razões para sair do grupo. E eu saí do grupo há seis meses. Se eu não me engano no dia 8 de julho, que eu anunciei que estava saindo do grupo. Não é uma coisa que me deixa triste, confortável, mas a gente precisa aprender a conviver com isso. Imagino que o tempo e a história vão mostrar que eu não fui um traidor deste grupo”, disse.
Anastácio ainda direcionou críticas a um dos integrantes do grupo, que ele não nominou. Disse que sempre foi franco, mas que também sempre expôs as divergências de encaminhamentos políticos. Argumentou que em determinado momento, sentiu que queriam manipulá-lo e que por isso se afastou do grupo. “que o grupo está melhor sem eu, está mais afinado sem a minha presença e eu também estou melhor aqui do outro lado”, disse. O vereador ainda confirmou que caso não seja apresentada uma chapa governista a presidência da Câmara, irá votar em Luciano Pires.
Devolução recorde da Câmara
Jair Anastácio passou o ano como presidente da Câmara de Vereadores. Ao longo do ano, algumas passagens foram marcantes, como por exemplo a questão do telhado, que inviabilizou a realização de sessões por conta da chuva. Foi uma das questões que foram solucionadas a longo do ano. “Estou muito feliz e satisfeito com o trabalho que foi realizado neste. Saio dali com o sentimento de dever cumprido”, afirmou.
Além do telhado, outros investimentos também foram feitos na manutenção do prédio, como o hall, a reforma no estacionamento, a aquisição de moveis, revisão no sistema de videomonitoramento, serviço de digitalização também foram investimentos feitos. O vereador ainda explicou que a reforma na sala da imprensa foi executada no ano passado, mas paga neste exercício financeiro.
Mesmo assim, a devolução aos cofres do executivo deverá ser recorde. Segundo Anastácio mais de R$ 185 milhão serão devolvidos ao final do período. “Até na quinta-feira, dia da apresentação, nós já tínhamos um valor de R$ 1,85 milhões. A gente vinha anunciando que nos iriamos devolver um pouco mais de R$ 1 milhão. Foi uma gestão muito responsável. Fizemos um planejamento das ações que nós gostaríamos de realizar e previsões orçamentárias e isso já nos deu uma certeza de que este dinheiro nos teríamos para devolver. E esse dinheiro, lá no inicio do mandato, nos já deixamos numa conta aplicação, por que nós já sabíamos que esse dinheiro seria para devolução ao município”, concluiu.
Confira entrevista completa:
