Obras e impasses do governo do Estado geram insatisfação entre lideranças do Extremo Sul
Em entrevista ao apresentador Saulo Machado, da Rádio Araranguá, o presidente da Associação de Acompanhamento do Hospital Regional de Araranguá (HRA), Roberto Rebelo, os vereadores araranguaenses Nelson Soares (MDB), Juliandro Jacques (Republicanos) e Samuel Duarte Nunes (Samuca) (União Brasil) e o vereador de Balneário Arroio do Silva, Clailton Oliveira (PL), discutiram a atual situação de importantes pautas regionais, dentre elas o HRA e a ciclovia da SC-447, entre Araranguá e o Balneário Arroio do Silva. Todas essas obras têm em comum a paralisação ou suspensão de editais, o que vem causando preocupação e críticas por parte das lideranças locais.
Ciclovia da SC-447
O vereador Clailton Oliveira explicou que o edital da ciclovia foi suspenso após correções exigidas pelo Tribunal de Contas do Estado.
“Também fui pego de surpresa. De imediato entrei em contato com o André (Fernades), representante do governo do Estado aqui no Sul, o qual também ficou surpreso. Com isso, entrei com contato com a Infraestrutura e o que me foi passado é que, após análise e consulta realizada junto à empresa, a mesma realizou correção no projeto e nos quantitativos. Por consequência, tornou-se necessário elaborar um novo orçamento, por isso, o edital foi suspenso. Não é um cancelamento definitivo, é uma parada até que ocorram, correção e adequação necessárias. Infelizmente, o Tribunal de Contas achou-se necessário. Mas ouvi uma entrevista do deputado estadual, José Milton Scheffer, que disse acreditar que em até 15 dias seja liberado novamente, visto que é uma obra de extrema importância. Vamos aguardar e continuar cobrando”, explicou Clailton.
Já o vereador Nelson Soares lamentou o atraso. “Pois é, contrataram uma empresa privada, que só trabalha fazendo projeto e consegue errar no projeto. A gente fica aborrecido porque se cria uma expectativa para a população e as coisas não acontecem. Sabemos que têm muita gente envolvida nessa obra para que ela aconteça. Fico muito chateado; pelo trabalho que é feito”, disse.
Para Juliandro Jacques, é preciso cobrar mais seriedade nas promessas. “Até quando vamos servir de mídia para eles? Vem aqui, diz que vai liberar isso e aquilo, se passam os dias e nunca se libera nada. Tudo é difícil para a gente. A gente tem que parar de servir de fantoche aqui. A eleição já passou, vamos trabalhar”, criticou.
Durante a entrevista o vereador Samuel Duarte Nunes (Samuca), relatou um episódio envolvendo o deputado Jessé Lopes, após manifestar insatisfação com a suspensão da obra. “Ontem fiz uma fala sobre a situação da ciclovia, que é um verdadeiro desrespeito com a nossa região, e fui repreendido agora pela manhã pelo deputado estadual Jessé Lopes, dizendo que os recursos chegam a nossa cidade através do governador e que ele esfregaria na cara os recursos da Amesc. Uma falta de educação tremenda dele. Quando, na verdade, eu só contestei a falta de respeito com a região. Seguimos trabalhando e buscando o melhor para a nossa região. Ninguém pode cobrar eles, que a tropa de choque vem querendo defender o indefensável”, declarou o vereador.
HRA
Outro tema debatido foi a indefinição sobre o edital que escolheria a nova Organização Social (OS) responsável pela gestão do HRA, suspenso após questionamentos judiciais.
“Até agora nenhuma novidade. Estamos tentando reagendar uma nova visita com o secretário de Estado da Saúde para ver essa situação. Até agora o que sabemos é o que todos já sabem, que foi uma decisão do Ministério Público e não há uma previsão para reabertura. Temos outros projetos em andamento também e precisamos tratar com o Estado. Ainda sobre o edital, não houve nenhuma resposta e nem posicionamento. Temos projetos e precisamos saber quem vai estar na gestão da unidade. Ou seja, tudo gera uma expectativa nas pessoas. Precisamos da ajuda das pessoas e atenção do Estado”, explicou Roberto Rebelo, presidente da Associação de Acompanhamento do Hospital Regional de Araranguá (HRA).
O vereador Clailton Oliveira destacou a importância de manter o atual modelo de gestão do hospital. “Já falei para eles que não se troca o que está dando certo, mas pelo que ouvi nos bastidores é que foram checadas várias coisas e estão olhando e vendo a importância da manutenção. Espero que isso aconteça. Nossa parte como vereador estamos fazendo. Estarei entrando em contato hoje com o pessoal responsável para ver a possibilidade dessa agenda com o secretário de Estado da Saúde”, afirmou.
Para Nelson Soares, a situação jurídica é o principal entrave. “A questão do hospital tem envolvimento do Ministério Público Estadual. O governo fez o edital, com isso, havia uma impugnação do IMAS, que fez uma primeira suspensão. Em maio, o Ministério Público pediu uma liminar, porque quer que o Estado retome o controle. Superada essa situação, o Estado novamente suspendeu o edital por uma outra impugnação do IMAS. Agora, pelo que sei de forma extraoficial, dentro de um outro processo judicial, há um outro pedido de suspensão no edital, porque tem um concorrente que responde um processo na Justiça. Na minha opinião, eu acho que esse edital morreu. Já pedimos uma audiência na secretaria estadual de Saúde para termos uma informação concreta sobre a situação”, explicou.
Juliandro complementou: “A questão é que, como o IMAS vai projetar a unidade se nem ele sabe se amanhã ou depois estará à frente? É fácil começar edital e parar, e quem perde com tudo isso é a população”, lamentou.
Lideranças cobram mais atenção do Estado com o Extremo Sul
Encerrando a entrevista, os vereadores reforçaram o sentimento de abandono e a necessidade de união política para destravar as obras paradas. “Se formos elencar nossos problemas, não são poucos. É presídio, hospital, ponte… então por que tudo isso? Queremos que as coisas aconteçam”, afirmou Juliandro.
“Acho que precisamos de deputados da nossa região para lutar por ela. Muitos deputados de longe vêm querendo falar aqui, mas poucos fazem pela região”, concluiu Nelson Soares.





