Geral Se nenhuma medida em relação ao grave assoreamento for tomada, Lagoa do Caverá poderá secar

Se nenhuma medida em relação ao grave assoreamento for tomada, Lagoa do Caverá poderá secar

30/10/2023 - 17h21

Em busca de uma solução para o grave problema de assoreamento da Lagoa do Caverá, o biólogo da Fama, João Rosado se deslocou até a Assembleia Legislativa (Alesc), para tentar uma solução. Avanços foram alcançados sobre o tema. O presidente da Comissão de Turismo, o deputado Marquito, se colocou à frente, para tentar uma reunião com o deputado federal, Ricardo Guidi, que é o secretário de Estado de Meio Ambiente. Após a reunião, o biólogo quer trazer as autoridades para a região e realizar uma audiência pública.

Em entrevista à Rádio Araranguá, no programa Estúdio 95, apresentado por Lucas Casagrande, o biólogo da Fama, João Rosado, fala sobre a discussão feita na Alesc referente a Lagoa do Caverá. “Fomos até a Alesc explicar a situação da lagoa. De pronto, o presidente da Comissão de Turismo, o deputado Marquito, se colocou à frente, para tentar uma reunião com o deputado federal, Ricardo Guidi, que é o secretário de Estado de Meio Ambiente. O compromisso que temos é que haverá uma reunião com o secretário, e que serão convidados os deputados da região e os prefeitos dos territórios envolvidos. Vamos tentar buscar uma solução, não existe mais tempo para ficar prorrogando esse problema sério”.

Para o biólogo, existem alguns fatores que podem estar causando esse assoreamento. “Existem alguns fatores responsáveis por esse assoreamento, que é com relação a ter deixado o canal mais reto, o que aumenta a vazão do curso da água. Essa ação foi feita tanto no canal que liga a Lagoa do Caverá com a Lagoa do Sombrio, que liga com o Rio Mampituba. Todos esses canais foram tornados mais retos. Outro fator desse assoreamento, também é a questão da expansão da braquiária e o último fator, que para mim, é bastante significativo, é com relação a atividade de extração da turfa, que hoje a gente tem mais no território de Balneário Arroio do Silva, bem na cabeça da Lagoa do Caverá. Não sei se essa atividade é o principal fator”.

Rosado destaca que o assunto vem a muito tempo sendo discutido, porém sem nenhuma ação por parte de nenhum lado. Diante disso, o biólogo prevê a falta de importância por parte de alguns municípios que possuem território com a lagoa. “Estamos discutindo esse assunto desde o ano 2000, com a Audiência Pública e o Ministério Público, mas a pergunta é, o que tem sido feito com respeito a isso. Infelizmente não está sendo feito nada a respeito. Parece que os municípios não se conversam e não se preocupam. Felizmente Araranguá é uma das cidades que está um pouco à frente nesse sentido, porque o Samae já se preocupou com a situação e está instalando uma estação de tratamento no local, justamente para aportar recursos, para ajudar na prevenção conservação da Lagoa, enquanto outros municípios fazem de conta que nem tem território com a Lagoa”.

Dentro de todo esse tempo, nenhuma atitude a respeito desse problema foi tomada. Com isso, João relata que a resolução da situação deve começar pelo começo. “O primeiro passo é realizar um estudo bem aprofundado e bastante técnico, com profissionais capacitados para nos dar essa resposta. A partir daí, passamos a buscar como remediar essa situação. O problema não é a demora do estudo, mas sim conseguir recursos para realiza-lo. Elaboramos um orçamento com um geólogo, especialista da área, e para a Lagoa foi orçado no valor de R$ 300 mil o estudo. A pergunta é, será que esse custo é tão alto, perante a perda de uma lagoa como essa. Essa é uma mobilização política. Todos têm que se dar as mãos e tentar cada um ajudar da melhor forma possível”.

O biólogo espera conseguir trazer as autoridades até o local e com isso, realizar uma audiência pública. “Minha ideia após essa conversa com o secretário, é que a gente pudesse trazer eles para a região e realizar uma audiência pública. Para com isso, tentarmos mobilizar toda a sociedade, autoridades e políticos, para então, resolver esse problema”.