
Se nenhuma medida em relação ao grave assoreamento for tomada, Lagoa do Caverá poderá secar
Em busca de uma solução para o grave problema de assoreamento da Lagoa do Caverá, o biólogo da Fama, João Rosado se deslocou até a Assembleia Legislativa (Alesc), para tentar uma solução. Avanços foram alcançados sobre o tema. O presidente da Comissão de Turismo, o deputado Marquito, se colocou à frente, para tentar uma reunião com o deputado federal, Ricardo Guidi, que é o secretário de Estado de Meio Ambiente. Após a reunião, o biólogo quer trazer as autoridades para a região e realizar uma audiência pública.
Em entrevista à Rádio Araranguá, no programa Estúdio 95, apresentado por Lucas Casagrande, o biólogo da Fama, João Rosado, fala sobre a discussão feita na Alesc referente a Lagoa do Caverá. “Fomos até a Alesc explicar a situação da lagoa. De pronto, o presidente da Comissão de Turismo, o deputado Marquito, se colocou à frente, para tentar uma reunião com o deputado federal, Ricardo Guidi, que é o secretário de Estado de Meio Ambiente. O compromisso que temos é que haverá uma reunião com o secretário, e que serão convidados os deputados da região e os prefeitos dos territórios envolvidos. Vamos tentar buscar uma solução, não existe mais tempo para ficar prorrogando esse problema sério”.
Para o biólogo, existem alguns fatores que podem estar causando esse assoreamento. “Existem alguns fatores responsáveis por esse assoreamento, que é com relação a ter deixado o canal mais reto, o que aumenta a vazão do curso da água. Essa ação foi feita tanto no canal que liga a Lagoa do Caverá com a Lagoa do Sombrio, que liga com o Rio Mampituba. Todos esses canais foram tornados mais retos. Outro fator desse assoreamento, também é a questão da expansão da braquiária e o último fator, que para mim, é bastante significativo, é com relação a atividade de extração da turfa, que hoje a gente tem mais no território de Balneário Arroio do Silva, bem na cabeça da Lagoa do Caverá. Não sei se essa atividade é o principal fator”.
Rosado destaca que o assunto vem a muito tempo sendo discutido, porém sem nenhuma ação por parte de nenhum lado. Diante disso, o biólogo prevê a falta de importância por parte de alguns municípios que possuem território com a lagoa. “Estamos discutindo esse assunto desde o ano 2000, com a Audiência Pública e o Ministério Público, mas a pergunta é, o que tem sido feito com respeito a isso. Infelizmente não está sendo feito nada a respeito. Parece que os municípios não se conversam e não se preocupam. Felizmente Araranguá é uma das cidades que está um pouco à frente nesse sentido, porque o Samae já se preocupou com a situação e está instalando uma estação de tratamento no local, justamente para aportar recursos, para ajudar na prevenção conservação da Lagoa, enquanto outros municípios fazem de conta que nem tem território com a Lagoa”.
Dentro de todo esse tempo, nenhuma atitude a respeito desse problema foi tomada. Com isso, João relata que a resolução da situação deve começar pelo começo. “O primeiro passo é realizar um estudo bem aprofundado e bastante técnico, com profissionais capacitados para nos dar essa resposta. A partir daí, passamos a buscar como remediar essa situação. O problema não é a demora do estudo, mas sim conseguir recursos para realiza-lo. Elaboramos um orçamento com um geólogo, especialista da área, e para a Lagoa foi orçado no valor de R$ 300 mil o estudo. A pergunta é, será que esse custo é tão alto, perante a perda de uma lagoa como essa. Essa é uma mobilização política. Todos têm que se dar as mãos e tentar cada um ajudar da melhor forma possível”.
O biólogo espera conseguir trazer as autoridades até o local e com isso, realizar uma audiência pública. “Minha ideia após essa conversa com o secretário, é que a gente pudesse trazer eles para a região e realizar uma audiência pública. Para com isso, tentarmos mobilizar toda a sociedade, autoridades e políticos, para então, resolver esse problema”.