Segurança Casos confirmados de Gripe Aviária em município do Extremo Sul Catarinense, gera preocupação e leva prefeitura a criar Grupo Técnico Intersetorial

Casos confirmados de Gripe Aviária em município do Extremo Sul Catarinense, gera preocupação e leva prefeitura a criar Grupo Técnico Intersetorial

20/10/2023 - 14h40

O município de Passo de Torres criou recentemente, um Grupo Técnico Intersetorial em parceria com entidades para monitorar e prevenir a gripe aviária em animais marinhos. A ação se deu, porque nas últimas semanas, alguns animais, como pinguins, leões e lobos marinhos teriam de forma recorrente encalhado na beira da praia, levantando assim, suspeitas de Influenza Aviária, a Gripe Aviária.

A criação do grupo aconteceu em uma reunião realizada na última terça-feira, 17, na Câmara de Vereadores do município. No encontro, foram elaborados protocolos para atuar em conjunto com órgãos como CIDASC, ICMBio, Ibama, Vigilância Sanitária e Educamar – uma ONG que se dedica à pesquisa, monitoramento e resgate da fauna marinha.

Em entrevista à Rádio Araranguá, no programa Atualidades, apresentado por Juliana Oliveira, a bióloga, Suelen Santos falou da preocupação com a gripe Aviária nas cidades que fazem divisa com o Rio Grande do Sul. “Abordamos nessa reunião a questão da Gripe Aviária. Esse assunto vem deixando muitos órgãos preocupados. Houve um avanço considerável na quantidade de encalhes desses animais na praia. Com isso, foi diagnosticado, que alguns desses animais que vieram a óbito, a causa foi a contaminação com a Influenza Aviária”.

A bióloga confirma a constatação da doença nesses animais. “No litoral do Rio Grande do Sul, já tem diagnostico positivo para a doença. Já em Santa Catarina, temos contabilizados 14 indivíduos adultos de leão marinho, que vieram a óbito nos trechos entre Passo de Torres a Araranguá. Essa situação é muito preocupante”.

Suelen alerta a população sobre os riscos de entrar em contato com esses animais contaminados. “Existe um grande número de pessoas que não sabe muito sobre a doença, e que ela pode contaminar o ser humano. Com isso, acabam tomando atitudes incorretas. Por exempli, no anseio de ajudar o animal, acabam tentando empurrar o animal para dentro da água, entrando em contato assim, com a doença. Essa situação acende um alerta aos órgãos competentes para que possam acompanhar essas pessoas que tiveram contato com o animal”.

Perguntada sobre os impactos ambientais que a doença gera, a bióloga relatou as ações que vêm sendo tomadas. “Estamos fazendo um levantamento com o pessoal que acompanha os indivíduos que vivem no local. Inclusive recebemos a notícia de que foi feito um sobrevoou na ilha, que constatou uma redução de 80% no número de indivíduos que ali vivem. Ou seja, um grande número de animais que vivia no local, já não vive mais. O que nos leva a entender, que nos próximos dias ainda teremos muitos mais encalhes”. 

Ao avistar um animal marinho, vivo ou morto, a recomendação é não se aproximar e ligar imediatamente para as autoridades competentes. Em Passo de Torres, os primeiros contatos ficarão sob a responsabilidade da CIDASC (0800-6439300) e da ONG Educamar (48 9 9984-5665).

A Secretaria de Meio Ambiente e Planejamento prestará apoio técnico às ações. Existem diferentes protocolos para cada espécie e situação, e somente os especialistas saberão como proceder. Até que a equipe chegue, a melhor ajuda é isolar a área para manter os animais afastados de curiosos, outras espécies da fauna silvestre e animais domésticos, como cachorros, evitando assim uma possível contaminação pelo vírus.