
“Essa ponte não é do município, apenas está dentro do nosso território”, diz prefeito de Araranguá, sobre responsabilidade da obra da quarta ponte
O dilema entre a administração municipal de Araranguá e o governo do Estado, segue em andamento em relação à obra da quarta ponte. De acordo com a prefeitura, a obra não é do município, apenas está dentro do território.
O prefeito ressalta que quando assumiu o cargo e recebeu a obra, não existia projeto. “Quando eu e o Tano recebemos a ponte, estava sem cabeceira. No projeto, cada cabeceira custa em média R$ 600 mil. Além disso, sem iluminação e sem deck de contemplação. O mais grave é que existia um estudo do solo, que foi pago com o dinheiro dos cofres públicos e esse projeto não existia. Chamamos a pessoa para tentar uma conversa, a pessoa veio e fez o projeto. Quando foi feito o projeto, já havia se passado 8 meses”.
Além disso, Cesar relata que não havia autorização para a iniciar da obra, visto que faltava inúmeras licenças ambientais. “Essa ponte não tinha autorização de tráfego marítimo, dos órgãos ambientais e da Marinha do Brasil. Até conseguir toda as licenças, foram mais 8 meses. Mas deram a ordem de serviço dia 10 de dezembro, 20 dias antes de mim e o Tano assumir. A partir daí, não tinha mais como voltar atrás. Por isso, as pessoas foram lá e fizeram as 25 vigas que estão prontas na ponte na parte de fora, até que a gente conseguisse as licenças. Quando veio o projeto, teve que fazer o projeto novo, que obviamente veio mais caro. Nesse projeto, se falava em um guincho de 70 toneladas que colocava vigas lá dentro e não existe isso. Foi um projeto todo errado que deram. O projeto era político e todo mundo sabe disso”.
O líder do executivo explica que a prefeitura já aportou financeiramente, cerca de R$ 3,7 milhões em uma obra que não a pertence. “A partir daí o valor da ponte foi crescendo. Com a chegada da pandemia e o aço subindo 150%, ficou um valor muito elevado. Da nossa parte, que era a contribuição do município de Araranguá, onde tinha sido assinado, de R$ 2,5 milhões, nós pagamos R$ 1,7 milhões e gastamos mais R$ 2 milhões do nosso caixa, totalizando R$ 3,7 milhões e é isso que estamos dizendo para o governo. Esse dinheiro gasto é do povo de Araranguá, sendo que essa obra é uma Santa Catarina, do governo do Estado. Essa ponte não é do município, apenas está dentro do nosso território. Por que nós temos que fazer e colocar aporte financeiro em cima? Nunca vi o pequeno ajudar o grande, o trabalhador ajudar o patrão. Isso não existe”.