Precisamos de mais metodologia
Não raro nos deparamos com discussões acerca dos caminhos a serem tomados pela educação em nosso país. E este debate se intensifica quando da posse dos novos representantes eleitos pela população, que passam a buscar formas de justificar seus mandatos a partir da criação de propostas para setores sensíveis da sociedade, como saúde, segurança pública e, claro, a educação.
Especificamente quanto a esta última, este movimento, que nasce motivado pela vontade de mudança, é igualmente esquecido justamente pela dificuldade desta mesma mudança. E o gestor público, no afã de oferecer resultados prometidos, repete os mesmos erros já conhecidos e trilha o caminho mais fácil: compra equipamentos!
Laptops, televisores, tablets, laboratórios de informática, projetores e um grande número de outros equipamentos são cotados – e em alguns casos até comprados, para que possam integrar o acervo das instituições escolares como se fossem elementos metafísicos milagrosos, dogmáticos, capazes de dar todas as respostas que a educação nacional precisa.
E estes amuletos de crendice da gestão pública, quando adquiridos nesta perspectiva, se acumulam, formando um grande acervo de lixo eletrônico porque recorrentemente deixa-se para traz um elemento central: o ser humano!
Diretores, técnicos, professores, alunos, pais… estes atores todos possuem uma característica em comum: são seres humanos que compartilham sonhos, desejos, vontades, frustrações e todos, no ambiente escolar, também compartilham a vontade de acertar, em sua maioria.
Esquecer-se disto e não valorizar a implementação de metodologias capazes de mobilizar todos estes agentes na direção do aumento da qualidade da educação, incluindo-se, também – mas não apenas – a tecnologia, é cometer o mais antigo dos erros no segmento, e que é repetido há séculos e de maneira irrefletida.
As salas de aula precisam sim de equipamentos que tragam maior capacidade de conexão com o mundo moderno, que abram janelas de conhecimento para seus estudantes e professores, que implementem mais conforto para o ambiente de aprendizado. Mas também precisam de pessoas preparadas, de todos os lados, para utilizar estes equipamentos com um único direcionamento: gerar resultados educacionais significativos.
Educação de qualidade não se faz com dogmas, crendices ou modinhas. É preciso muita metodologia, investimentos e tempo de qualidade!
Tecnologia em sala de aula, sem metodologia, não passa de lixo eletrônico!
Gestor público, aceite que dói menos!
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