Política Prefeitura detalha erros no projeto da quarta ponte e como pretende resolver a situação

Prefeitura detalha erros no projeto da quarta ponte e como pretende resolver a situação

04/01/2023 - 11h09

Uma ligação entre duas partes da cidade, sonho antigo de toda uma região, passa a ser uma imensa dor de cabeça. Isso porque, erros no projeto de execução da quarta ponte sobre o Rio Araranguá, inviabilizam a construção. Isso está exigindo alterações e, consequentemente, mais recursos. Questões jurídicas devem ser feitas, já que com esses ajustes, o município terá que investir mais aproximadamente R$ 5 milhões.

Os erros foram apresentados para entidades do município em uma reunião nessa terça-feira, 03, no auditório do Samae, e na manhã desta quarta-feira, 04, em entrevista a Saulo Machado na Rádio Araranguá. O prefeito Cesar Cesa, acompanhado de advogados e engenheiro, argumentou que o problema é grave e que já começou na entrega da ordem de serviço. “Foi dada a ordem de serviço dela, dia 9 de dezembro, faltando 20 dias para que o nosso governo assumisse. Sem a autorização da marinha, sem a licença ambiental, sem a sinalização dentro da navegação. Falta o projeto de iluminação da própria ponte, contenção de aterro de 10 metros de altura, sem cabeceira, que não era a daquela ponte”, afirmou Cesar.

Alguns destes problemas fizeram com que a empresa atrasasse o início da obra e que iniciasse um pedido de reequilíbrio financeiro. “Agora a empresa se acha no direito de querer reajuste, por que só a autorização da marinha foi até junho e não se pode construir nada no rio sem a autorização da marinha”, completou.

Problemas no projeto foram explicados por engenheiro

O método de construção da ponte foi um dos questionamentos da empresa. Ela alegou que a estrutura proposta é muito complexa e cara para a sua execução. “A empresa alega três questões principais. A questão da sondagem, e nós consultamos o engenheiro da época, e ele confirmou que utilizou a sondagem da ponte Giácomo Mazzuco. Ele alegou que com o prazo, não haveria tempo hábil para fazer nova sondagem, para não perder o recurso”, disse o engenheiro Márcio. Outro ponto apontado, é de que na sondagem foram feitas duas perfurações, sendo que serão oito pontos de apoio para a ponte e todos deveriam ser perfurados.

A terceira e principal questão é com relação a fundação da ponte. O projeto prevê que as estacas ficariam alocadas dentro de uma proteção em uma distância aproximada de 2 centímetros, do tipo raiz, e que seria muito complexa de ser executada. “Em uma reunião na secretaria de infraestrutura, o engenheiro da empresa alegou que se fizer com o projeto do jeito que está a ponte cai”, completou o procurador geral do município Daniel Menezes de Carvalho Rodrigues.

Mudança no projeto pode gerar questionamentos jurídicos

Tantas alterações em um projeto podem gerar questionamentos jurídicos com relação aos recursos que estão sendo empenhados. O advogado André Teobaldo Borba Alves explicou que os aditivos de 25% do valor seriam ultrapassados, mas o que está sendo feito não é um reequilíbrio, mas sim uma alteração no projeto. “O que está se propondo é uma alteração qualitativa do projeto, em função disso seria possível e aí sim poderia se extrapolar esses 25%”, disse. Porém este é um entendimento e que pode vir a ser questionado. “Vamos dar todo o suporte, embasar a decisão, para justificar a decisão da prefeitura”, completo Alves.

Prefeito afirma que política motivou a entrega da ordem de serviço

A entrega da ordem de serviço para a ponte, faltando 20 dias para o encerramento do mandato passado foi motivo de críticas por parte do prefeito Cesar Cesa. Ainda mais, porque há um documento da secretaria de Estado da Infraestrutura em que recomenda a não proceder a entrega da ordem serviço, exatamente pelas dificuldades apresentadas no projeto, fato que foi constatado posteriormente. “Estado sugeriu refazer o projeto. Eu entendo que era um interesse de divulgação dessa ponte por problemas políticos. Era ano da eleição”, criticou Cesar Cesa.

A Prefeitura deverá convocar uma reunião ampliada com a sociedade, em um prazo de 8 a 10 dias, para apresentar a decisão de retomar a obra. A previsão de que R$ 5 milhões seriam necessários pode ser ultrapassada. “Em agosto tem o reajuste previsto por lei. E ainda não está incluído ali a parte elétrica, as cabeceiras, os gabiões. Não adianta fazer uma ponte pra bonito, precisa ter acesso a ponte”, completou o prefeito.