Sessão da Câmara de Araranguá é marcada por mais discussão entre os vereadores (VÍDEO)
A 55ª Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Araranguá, realizada na noite desta segunda-feira, dia 3, foi marcada por fortes debates entre os parlamentares. O principal tema que causou controvérsia, mais uma vez, foi a quantidade de homenagens concedidas pelo Legislativo municipal.
O primeiro a se manifestar foi o vereador Jorge Ghiraldo (Republicanos), que iniciou sua fala respondendo a comentários feitos na sessão anterior. “Na última sessão, o vereador Pedro Paulo de Souza (MDB), presidente da Câmara, pediu para eu renunciar. Se tiverem moral e motivo o suficiente, me cassem. Se eu ofendi alguém, façam um requerimento e me cassem. Não estou aqui para agradar ninguém, a não ser a sociedade. Fui chamado de demagogo, o que não sou. Acho que o vereador Paulinho não sabe o que significa essa palavra. Várias vezes falei que havia homenagem demais. Tenho mais de 60 anos e uma vida pública limpa, sem corrupção. Temos que regulamentar e diminuir as homenagens. Não vim fazer carreira política e não vou renunciar”, declarou.
O presidente da Câmara, vereador Pedro Paulo de Souza (Paulinho, MDB), rebateu as falas de Jorge. “Eu não pedi para o senhor renunciar, falei que se estivesse desconfortável, que renunciasse. O senhor está se vitimizando. Se não falar a verdade, vou cortar seu microfone. Enquanto eu presidir esta Casa, não será aberto requerimento para cassar nenhum vereador. Quando eu disse que o senhor usava de demagogia, foi porque o senhor deu moção para seu chefe imediato na polícia, abriu espaço de fala para um defensor público e pediu para seu filho participar da mesa quando ele era chefe do seu filho. O senhor fez homenagem para um colégio, onde a diretora é cunhada de sua assessora. O senhor só fez coisas que lhe trazem votos e benefícios. O senhor é um demagogo compulsivo e precisa aprender a conviver com o poder dos demais”, disse.
O vereador Samuel Jesuíno (MDB) também se manifestou em defesa da atuação legislativa. “Respeito o vereador Jorge, sou fã do trabalho dele como delegado, mas essa Casa tem regimento e o senhor entende de lei. Eu fiz três anteprojetos, 49 indicações, 11 requerimentos, 10 projetos de lei ordinária e outras proposições. Trabalhei muito. Só não aceito críticas a algo que está dentro do regimento. No dia em que gerou repercussão da fala do vereador Jorge, falei mais de 10 minutos sobre economia e a mídia não se interessou. Mas sobre homenagens, sim.”
O vereador Márcio Pereira da Silva (Mano, PSD) também respondeu. “Fiz 125 pedidos nesta Casa, sendo para Saúde, Educação e Segurança. Quer dizer então que só os pedidos do senhor são bons?”, questionou.
Já o vereador Juliandro Jaques (Republicanos) lembrou do apoio do partido ao vereador Jorge. “Trabalhei muito para estar aqui. Respeito o delegado Jorge, mas o nosso partido foi três vezes a Florianópolis pedir sua transferência para ele retornar a Araranguá (como delegado). Temos que honrar esse partido”.
O vereador Evandro Conceição (PSD) foi um dos que adotou tom mais crítico. “O senhor está sendo um excelente marketeiro. Coisas boas votadas aqui não têm a mesma repercussão que sua fala. Desde que o senhor chegou, falou que iria tirar gente daqui presa. Tem pais de família aqui. O senhor está confundindo a população. Está sendo um zero à esquerda como vereador. Foram 55 sessões e o senhor apresentou cinco proposições”.
O líder do governo na Câmara, vereador Joel Casagrande (MDB), também cobrou mais responsabilidade nas falas. “Quando usar a tribuna, dê nome aos bois. Quando o senhor fala sem citar nomes, todos passam por vagabundos. O senhor está ridicularizando nosso trabalho. Vamos trazer coisas concretas e parar de jogar confete”.
Por sua vez, o vereador Douglas Michels (PP) defendeu que o Legislativo retome o foco nas demandas do município. “Acho que deu, né? Vamos começar a discutir os problemas da cidade e lutar por ela. Parabenizo todos os vereadores pelas suas lutas. Temos mais 11 sessões até o final do ano”.
Os vereadores Donizete Martins da Rosa (Dedo, União Brasil), Kelvin Irian Martins Drewke (PP) e Nelson Soares (MDB) também se manifestaram sobre a situação. Confira:







