
Como será a educação no Metaverso?
Temos lido muito a respeito desta nova promessa de transformar nossa experiência on-line: o Metaverso! Concebido para ser a união de diversas tecnologias que proporcionam experiências imersivas, como a realidade aumentada e realidade virtual, com o propósito de criar um universo virtual onde tudo pode ser possível, o Metaverso promete revolucionar diversas atividades cotidianas do ser humano. E claro que a educação não ficaria de fora!
Há muito tempo que a educação entendeu que precisa se modernizar, buscar metodologias e tecnologias que a aproximem do mundo em que vivemos. A sala de aula, da forma como está concebida, se transformou em um universo a parte, algo sem par no “mundo real”. Vivemos em uma sociedade muito mais dinâmica, conectada e multifacetada e estas características, nem de longe, estão representadas na escola contemporânea. O que é um grave problema! O lugar onde mais precisaríamos do engajamento de nossos jovens, é justamente o espaço que menos estímulos oferece para isto. Ou quando o faz, se utiliza de artifícios bastante distantes daqueles a que os estudantes estão acostumados.
O Metaverso se apresenta como uma alternativa e a proposta é muito interessante! Imagine você entrar em uma sala de aula diferente. Nela não há mobília, apenas cadeiras encostadas nas paredes brancas e sobre elas, óculos. Só isso! O professor chega na sala, cumprimenta os alunos e solicita que eles passem a usá-los. A partir daquele momento, os alunos são convidados a seguir as orientações que se apresentam diante dos seus olhos, ao passo que o professor faz as primeiras explicações. A aula é de biologia e os alunos conhecerão os órgãos e sistemas que compõem o corpo humano. Depois de tudo calibrado, os alunos passam a olhar para o centro da sala, e ali está uma maca, e sobre ela, um corpo que será objeto de estudo. O professor solicita que os estudantes se aproximem da maca. Pelos óculos é possível ver o corpo à frente, mas também os demais alunos se aproximando. Temos aqui as duas realidades misturadas, combinando elementos do mundo real com o virtual. E ao passo que os alunos se aproximam mais e mais do corpo, ele vai ficando maior aos seus olhos. Ao tocá-lo, balões com explicações são mostrados, informando o nome do órgão, sua função e principais doenças que o acometem. Com dois toques é possível remover camadas, aprofundando ainda mais o estudo. Primeiro remove-se a camada de pele, depois os músculos, restando o sistema circulatório, os órgãos e o esqueleto.

Com um bisturi virtual é possível cortar estes órgãos, para vê-los por dentro, enquanto alertas são mostrados para orientar o estudante do quão importantes são aqueles órgãos para a vida humana, podendo-se inclusive simular doenças, como cânceres. A observação extremamente realística do corpo humano faz com que os alunos tenham uma experiência que o livro didático jamais seria capaz de fazer.
E ao final dessa jornada virtual e imersiva, o professor solicita que os estudantes desliguem seus óculos, retirem-nos e contem a sua experiência, debatendo o que aprenderam. A sala branca, com cadeiras em círculo encostadas na parede está de volta e ninguém poderia imaginar que ali, há poucos segundos, havia um corpo humano íntegro sendo dissecado por 40 adolescentes curiosos.
E tudo sem sangue! Sem sujeira! Sem corpo!
Esta é a educação do Metaverso. Gostou? Eu gostei muito! E faço votos que chegue logo às nossas salas de aula moribundas, para que, neste último suspiro, a educação possa sair do século XV, chegando aos dias em que os telefones celulares são partes da nossa vida… e não objetos a se proibir em sala de aula.
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