Economia Efeito cascata: qual será o impacto do aumento dos combustíveis, na mesa do consumidor

Efeito cascata: qual será o impacto do aumento dos combustíveis, na mesa do consumidor

29/12/2022 - 08h37

O ano de 2023 ainda não começou, mas o consumidor já sabe que vai ter que refazer o orçamento familiar para manter as contas em dia. Com a volta dos tributos federais sobre os combustíveis, a partir do próximo domingo, abastecer estará mais caro e o impacto não deve ser pequeno.

De acordo com a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), o litro da gasolina deve ter alta de R$ 0,69. No caso do óleo diesel a taxação deve aumentar o preço do litro em R$ 0,33 e do etanol R$ 0,24.

“Não é uma notícia muito boa de se falar, mas fazer o que, é a realidade. Realmente tanto o Sindipetro quanto a Fecombustíveis, nos informaram que a medida provisória que dava isenção de impostos federais encerra no dia 31 de dezembro. Então, a partir do dia primeiro já vai estar valendo a volta dos impostos federais sobre os combustíveis”, explica Beto Rizzoto, diretor regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina.

Efeito cascata

O aumento vai gerar o chamado efeito cascata. Afinal, os combustíveis são considerados os principais vilões da inflação. No topo dessa lista está o diesel que é usado nos caminhões que fazem o transporte de grande parte de tudo aquilo que é produzido pelo país.

Impacto na mesa do consumidor

Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), logo após o anúncio do aumento dos combustíveis, aponta que a expetativa de inflação gira entorno de 1% no primeiro mês do ano. O mesmo levantamento apurou que a volta da cobrança de PIS/Cofins sobre os combustíveis deve ter impacto de 0,6 ponto percentual no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro. Sendo assim, tudo vai ficar mais caro, desde as compras nos supermercados até os remédios adquiridos nas farmácias.

O que é o IPCA

O IPCA é um dos índices de inflação mais tradicionais e importantes do Brasil. Criado em 1979, o indicador tem uma razão de existência simples: medir a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras.

O significado do acrônimo é Índice de Preços ao Consumidor Amplo. O indicador tem como objetivo abranger 90% das pessoas que vivem nas áreas urbanas no país – e é justamente por isso que é chamado de “amplo”. O resultado da conta indica se, na média, os preços aumentaram, diminuíram ou permaneceram estáveis de um mês para o mês seguinte.